8 vinícolas incríveis no Chile que merecem a sua visita (a 3ª é imperdível!)

Em dezembro de 2015 fiz uma viagem bacanérrima ao Chile e à Argentina. Este primeiro post é dedicado às vinícolas chilenas que visitei na região de Santiago, no Valle de Casablanca e no Valle de Colchagua. Te convido a fazer esta viagem virtual repleta de dicas preciosas e boas recordações.

1- Concha y Toro (Santiago)

A visita consiste em passear pelos belíssimos jardins da propriedade acompanhados por um guia, que conta a história da família e da vinícola e explica em linhas gerais o processo produtivo do vinho (news flash: está disponível a 2a edição revisada do eBook sobre vinho, totalmente grátis. Quer saber mais do processo produtivo, das uvas e de degustação? Baixe o eBook aqui). Durante o passeio visitamos o jardim de variedades, que conta com exemplares de uvas e sem objetivo de produção viti vinífera, apenas com o intuito de apresentar as variedades de uvas aos visitantes.

Concha y Toro

Concha y Toro

Jardim na Concha y Toro

Jardim na Concha y Toro

Durante o percurso há a degustação de 3 vinhos, bem como a visita às centenárias adegas da Concha y Toro, local de origem da lenda do Casillero del Diablo. Ah, e a taça que usamos na degustação é nossa, de recordação. 🙂

No local há um excelente wine bar/restaurante que vale muito a pena experimentar. Lá não faz reserva e o atendimento é por ordem de chegada; no dia que estivemos lá não havia fila de espera.

Restaurante na Concha y Toro

Restaurante na Concha y Toro

Para finalizar a visita recomendo conhecer a loja. A variedade dos vinhos é enorme, além de ter à venda também diversos acessórios super interessantes.

Necessário reservar previamente a visita? Não é obrigatório, mas é altamente recomendável.

Site oficial da vinícola: www.conchaytoro.com

2- Cousiño Macul (Santiago)

Nesta vinícola fizemos um passeio diferente: andamos de bicicleta pelos vinhedos!

Cousiño Macul

Cousiño Macul

Na cestinha da bicicleta havia uma garrafinha de água mineral e uma taça que seria usada na degustação – esta, infelizmente, não é de recordação e teve que ser devolvida ao final da visita. O passeio começa pontualmente no horário marcado e a guia nos leva a pedalar pelos vinhedos mais jovens e também pelos centenários. Paramos em alguns pontos estratégicos, com sombra, onde ela conta alguma curiosidade ou fato histórico, sempre disponível para tirar nossas dúvidas. O segundo ponto de parada, após pedalar por cerca de 20 minutos, é o mais interessante: foi ali que degustamos o primeiro vinho desta visita, um rosé delicioso.

Pausa no passeio de bicicleta na Cousiño Macul

Pausa no passeio de bicicleta na Cousiño Macul

O visual é deslumbrante: vinhedos de todos os lados, Cordilheira dos Andes nos acompanhando e, em dias com boa visibilidade, é possível até avistar a Sky Costanera, a torre mais alta da América do Sul localizada no centro de Santiago.

O passeio não exige muito condicionamento físico pois o terreno é plano, com apenas uma leve inclinação no caminho de volta. O piso, no entanto, requer atenção pois é de terra batida e bastante irregular. As bicicletas estavam em perfeitas condições e as marchas funcionavam direitinho.

Visual do passeio de bicicleta na Cousiño Macul

Visual do passeio de bicicleta na Cousiño Macul

Após 1 hora de passeio de bicicleta, a visita continua nas instalações da vinícola. Passamos pela sala de fermentação, pelas adegas subterrâneas e pelo museu do vinho, que conta com artigos bastante interessantes. A visita termina na sala de degustação e ali experimentamos mais 3 vinhos. Por ser um wine bar, é possível comprar vinhos em taça para experimentar – foi o que fizemos com o vinho Lota, que é o top de linha da Cousiño Macul.

Infelizmente a vinícola não dispõe de restaurante.

Necessário reservar previamente a visita? Sim. O pagamento, inclusive, é antecipado.

Site oficial da vinícola: www.cousinomacul.com

3- Emiliana (Valle de Casablanca)

Localizada no Valle de Casablanca (a cerca de 90 km de Santiago), é uma vinícola com produção totalmente orgânica, sem uso de agrotóxicos de qualquer espécie.

Emiliana

Emiliana

A visita consiste em passear pelos jardins e vinhedos acompanhados da guia que fornece explicações super detalhadas de todo o processo orgânico e de como a natureza é utilizada a favor da vinícola. Ela explica, por exemplo, que galinhas são utilizadas para combater pragas e que os galinheiros são móveis para facilitar seu posicionamento.

Galinheiro móvel na Emiliana

Galinheiro móvel na Emiliana

Ao término do passeio pela área externa, participamos de uma degustação super exclusiva: fizemos nosso próprio vinho! Ao chegarmos ao local, havia provetas, funis e Erlenmeyers, além de taças (claro!) e um material impresso com as características de algumas uvas, aromas e uma tabela em branco que usaríamos para criar nosso assemblage.

Funciona assim: começamos degustando 3 vinhos (Merlot, Carmenere e Malbec) separadamente, registrando nesta tabela as nossas impressões de cada um deles (cor, nariz, boca e notas de degustação). Depois começamos a “testar” as nossas “misturas” desses 3 cortes, como por exemplo: 70% Merlot, 15% Carmenere, 15% Malbec. Os percentuais são totalmente livres, podemos criar da forma como quisermos. Para cada “mistura” (ou blend) usamos a proveta graduada, experimentamos em uma taça e anotamos nesta mesma tabela sua frutosidade, madeira, taninos, acidez e final, além da conclusão. Repetimos esse processo três vezes, experimentando percentuais diferentes a cada vez. Agora é hora de escolher qual dos três blends nós gostamos mais e repetir seus percentuais na escala de uma garrafa, com auxílio da proveta e do Erlenmeyer. Com a ajuda de um funil passamos o conteúdo para uma garrafa, colocamos a rolha, o lacre à base de parafina quente e líquida (que rapidamente seca) e finalizamos colando o rótulo que nós mesmos criamos, com lápis de cor, pilots e muita personalidade. E, claro, levamos a garrafa para casa!

Faça seu próprio vinho na Emiliana - instrumentos

Faça seu próprio vinho na Emiliana – instrumentos

Experimentando e criando....

Experimentando e criando….

Resultado final: meu próprio vinho

Resultado final: meu próprio vinho

Necessário reservar previamente a visita? Sim.

Site oficial da vinícola: www.emiliana.cl

4- Casas Del Bosque (Valle de Casablanca)

Também localizada no Valle de Casablanca, é uma vinícola premiada por seus vinhos brancos. Conta com três restaurantes/bares: Tanino, Casa Mirador e Sparkling Zone e é uma vinícola bastante movimentada.

Casas del Bosque

Casas del Bosque

Fomos a Casas Del Bosque para desfrutarmos de um piquenique a céu aberto. Na cesta de piquenique para duas pessoas havia: uma garrafa de vinho (a escolher entre um tinto ou um branco), taças, toalha de piquenique, saca-rolhas, dois sanduíches e frutas secas.

Retiramos nossa cesta na recepção do restaurante Tanino (é necessário deixar um documento que é devolvido quando devolvemos a cesta), e fomos explorar a área para encontrar um local bacana para fazermos o piquenique. O entorno do restaurante é bastante movimentado, com pessoas circulando, carros entrando em saindo e não achamos que seria legal ficar por ali. Voltamos à recepção e pedi dicas à recepcionista que nos disse que, àquela hora (por volta das 16h) o restaurante Casa Mirador já estaria fechando e com isso poderíamos fazer nosso piquenique em seu jardim, e foi exatamente o que fizemos. Estendemos nossa toalha, fizemos nosso lanche, bebemos nosso vinho, tiramos umas fotos e apreciamos a vista, que é simplesmente incrível. Fiquei com muita vontade de experimentar o restaurante, quem sabe na próxima visita?  🙂

Piquenique na Casas del Bosque

Piquenique na Casas del Bosque

Casa Mirador

Casa Mirador

Piquenique na Casas del Bosque na Casa Mirador

Piquenique na Casas del Bosque na Casa Mirador

Nota importante: Para chegar ao Casa Mirador é preciso ir de carro. O caminho desde o Tanino é longo e com muitas subidas.

Necessário reservar previamente a visita? Sim.

Site oficial da vinícola: www.casasdelbosque.cl

5- Lapostolle Clos Apalta (Valle de Colchagua)

Essa vinícola encontra-se no Valle de Colchagua, região produtora de vinhos a 180 km de Santiago. É possível fazer um bate-e-volta, mas optamos por ficar hospedados na região.

Lapostolle Clos Apalta

Lapostolle Clos Apalta

A Lapostolle Clos Apalta tem uma arquitetura linda e que tem como objetivo criar harmonia do Homem com a Natureza. É pela força da gravidade que o vinho vai passando de etapa a etapa em seu processo produtivo, sem intervenção de maquinário.

Lapostolle

Lapostolle

Uma enorme rocha de granito teve que ser escavada para viabilizar a construção da vinícola e ainda é possível ver parte desta rocha durante a visita. O granito que foi retirado durante a obra foi reaproveitado e é encontrado nos pisos e nos degraus das escadas da vinícola.

Nesta unidade é produzido o vinho premium da Lapostolle, o Clos Apalta. Tivemos a oportunidade de degustá-lo ao final do passeio, bem como outros dois vinhos da Lapostolle que são produzidos em outras unidades. A degustação acontece em uma adega climatizada, enorme e lindíssima.

Degustação na Lapostolle

Degustação na Lapostolle

Ao final, recomendo visitar a loja. Na verdade está mais para um escritório do que para uma loja, mas os funcionários são super atenciosos e é possível encontrar não somente o Clos Apalta como vinhos de outras linhas da Lapostolle.

Necessário reservar previamente a visita? Sim.

Site oficial da vinícola: pt.lapostolle.com

6- Viu Manent (Valle de Colchagua)

Antes de começarmos a visita, almoçamos no simpático restaurante Rayuela (amarelinha, em espanhol), que conta com um serviço impecável. Optamos por ficar do lado de fora, no jardim, e não nos arrependemos. Além de apreciar os vinhedos enquanto almoçávamos, também era possível ver o campo de equitação.

Jardim no Rayuela - Viu Manent

Jardim no Rayuela – Viu Manent

Após o almoço fizemos a visita guiada. O passeio começa já na recepção, que está localizada em um casarão estilo colonial bastante interessante. Fomos conduzidos a uma sala logo em frente onde a guia contou do passado e do presente da vinícola e da família. Dali fomos ao jardim de variedades, no mesmo estilo do existente na Concha y Toro. Seguimos em um passeio de charrete pelos vinhedos da propriedade, passando pelas vinhas mais jovens e também pelas quase centenárias. Uma pausa na charrete para entrarmos no galpão produtivo, com tanques de aço inox acompanhados das explicações de nossa guia. Tivemos a oportunidade de experimentar um vinho diretamente do tanque de inox, após sua fermentação e antes de passar pelo carvalho. E confirmei que, realmente, a passagem pelo carvalho faz toda a diferença no vinho. Continuamos nossa visita na charrete e terminamos na sala de degustações, onde degustamos 5 vinhos diferentes (um branco e quatro tintos).

Viu Manent

Viu Manent

Vinho do tanque de inox na Viu Manent

Vinho do tanque de inox na Viu Manent

Passeio de charrete na Viu Manent

Passeio de charrete na Viu Manent

Recomendo uma visita à loja, onde é possível comprar vinhos que cabem em todos os bolsos. Havia bons descontos em alguns vinhos.

Ainda no casarão colonial existe uma lojinha, onde antigamente era uma capelinha, que vende artesanato e objetos típicos da região.

Necessário reservar previamente o restaurante? Não é obrigatório, mas é altamente recomendável.

Necessário reservar previamente a visita? Sim.

Site oficial da vinícola: www.viumanent.cl

7- Casa Silva Angostura (Valle de Colchagua)

Nesta vinícola fizemos uma visita mais simples: assistimos a um pequeno filme que conta a história do vinho, da vinícola e da família e fomos direto para a degustação de três vinhos. O branco era da linha premium Quinta Generación e os tintos eram Carmenere e Petit Verdot. Lá também é possível escolher a degustação por taça e pagar seu valor individualmente.

Casa Silva

Casa Silva

Sala de Degustação e loja da Casa Silva

Sala de Degustação e loja da Casa Silva

O famoso vinho Doña Dominga tem esse nome em homenagem à Dominga, filha mais velha de Mario Pablo Silva (CEO e primogênito da 5ª geração da família).

Após nossa breve visita a ideia era almoçar no restaurante da vinícola. Infelizmente, devido ao horário, a cozinha do restaurante estava finalizando seus serviços então só tivemos a oportunidade de experimentar uma salada verde com frango e empanadas de carne seca e de queijo – além de vinho, claro. Do restaurante é possível avistar o campo de polo da família, verdadeiramente enorme, uma atração à parte.

Restaurante Casa Silva

Restaurante Casa Silva

Necessário reservar previamente o restaurante? Não é obrigatório, mas é altamente recomendável.

Necessário reservar previamente a visita? Não é obrigatório, mas é altamente recomendável.

Necessário reservar previamente a degustação? Não.

Site oficial da vinícola: www.casasilva.cl

8- Laura Hartwig (Valle de Colchagua)

A visita a essa vinícola não estava em nosso planejamento, mas como fica localizada na mesma propriedade do hotel onde estávamos hospedados e a menos de 10 minutos de caminhada no meio dos vinhedos, resolvemos arriscar o passeio. E foi uma grata surpresa!

Caminhando até a Laura Hartwig

Caminhando até a Laura Hartwig

Nos limitamos a fazer somente a degustação, que não tem preço fixo: paga-se pelas taças que degustar. Há opções de vinhos Reserva, “Selección del Viticultor” e Edición de Familia, cada categoria com um preço. Além de contar com uma guia super simpática, a degustação também oferecia uma porção de amendoins.

Degustação na Laura Hartwig

Degustação na Laura Hartwig

Na loja há a possibilidade de comprar os vinhos que estão disponíveis para a degustação.

Necessário reservar previamente a visita? Não é obrigatório, mas é altamente recomendável.

Necessário reservar previamente a degustação? Não.

Site oficial da vinícola: www.laurahartwig.cl

Até o próximo post!

*Ah, e não deixe de baixar nosso eBook sobre vinho, totalmente grátis, clicando aqui.